Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27)

A profecia da Igreja no Brasil continua viva e se repete a cada vez, no tempo da quaresma, com a Campanha da Fraternidade. Este ano, trás o assunto bem atual das Políticas Públicas, para ser discutido não só no interior da Igreja Católica, mas em todos os seguimentos da sociedade, inclusive em outras Igrejas. Neste tempo em que no Congresso Nacional se discute a Reforma da previdência e que se veem ameaças concretas de tirar do povo, especialmente dos mais pobres algumas conquistas alcançadas anteriormente, a escolha deste tema foi muito oportuna para fortalecer a cidadania e o bem comum, como sinais bem concretos de fraternidade.

Entendemos por Políticas públicas, “o cuidado do todo realizado pelo Governo ou pelo Estado. São aquelas ações discutidas, decididas, programadas e executadas em favor de todos os membros da sociedade. De governo, porque ligado a um determinado executor, portanto é temporário. De Estado quando são ações permanentes, ligadas à educação, à saúde, à segurança pública, ao saneamento básico, à ecologia e outros. Elas visam especialmente ás pessoas que são empurradas para as margens da sociedade e até excluídas” assim nos fala o Texto-base desta campanha. Portanto, trabalhar para que aconteçam as políticas publicas é viver as obras de misericórdia, de maneira mais ampla e eficaz, e uma forma de acordar nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama dos pobres e sofredores que estão ao nosso redor e que temos uma missão que o evangelho nos manda a realizar. O lema escolhido, tirado do profeta Isaías, nos ajuda a perceber que as questões sociais estão ligadas às questões religiosas. Os profetas nos inspiram a viver o verdadeiro espírito da quaresma, ensinando que o verdadeiro jejum que Deus quer é “romper as cadeias injustas, libertar os oprimidos e quebrar toda espécie de jugo. È repartir seu alimento com o faminto, dar abrigos aos infelizes sem casa, em lugar de se desviar o olhar de seu semelhante” (Is. 58, 5-7).